domingo, 5 de janeiro de 2014

6 de janeiro de 1449 – Coroação em Mystras de Constantino XI, Paleólogo




No dia 6 de janeiro de 1449 foi coroado imperador do Império Romano do Oriente, hoje igualmente conhecido como Império Bizantino, Constantino XI, da dinastia dos Paleólogos.
O reinado de Constantino XI culmina com a agonia do Império Bizantino. Esta agonia se traduziu nos revezes sofridos e que começou com dois acontecimentos que determinaram definitivamente a sorte do Império, a Batalha de Matzinkert e a conquista pela Quarta Cruzada de Constantinopla e a fundação do Império Latino.
Tanto internamente quanto externamente o império era já uma sombra do seu brilho e poder passado. Internamente, equívocos nas relações eclesiásticas, com o excessivo poder à casta dos religiosos ligados ao Patriarcado da Nova Roma, levaram a uma fusão de religioso e secular que foi nociva para a sobrevivência do Império como unidade política. Externamente, o ataque cada vez mais contundente dos turcos otomanos, sua expansão e força militar, que irromperam irresistivelmente pela Anatólia, sem que o Império Oriental pudesse contar coma ajuda do ocidente, determinaram e selaram seu destino. Sua morte na defesa da capital, com o desaparecimento físico do imperador na luta, marcou o fim definitivo do Império Romano, que continuou no leste 977 anos após a queda do Império Romano do Ocidente, com a deposição de Rômulo Augústulo por Odoacro em 476.
Os imperadores bizantinos pediram ajuda ao Ocidente, mas o papa condicionava a ajuda à reunificação da Igreja Ortodoxa com a Sé de Roma, mas mesmo que isso fosse possível, e foi tentado, o Ocidente já não tinha mais excedente populacional, nem riquezas capazes de despachar para o Oriente, como fizera entre os séculos XI e XIII, durante as Cruzadas.
Essa união foi considerada e finalmente realizada por decreto imperial, mas os cidadãos e o clero ortodoxos ressentiram-se intensamente da autoridade de Roma e do rito latino. Algumas tropas ocidentais chegaram para reforçar a defesa de Constantinopla, mas a maioria dos governantes ocidentais, envolvidos com seus próprios assuntos, nada pôde fazer em relação aos avanços dos otomanos, que foram tomando os territórios bizantinos que restavam.


Quatro anos após a ascensão de Constantino XI, a cidade de Constantinopla estava despovoada e em ruínas. A população havia se reduzido de tal forma que a cidade não passava de um aglomerado de vilas separadas por campos desertos e inférteis.
Em 1402, o império experimentou algum desafogo da ameaça otomana quando Tamerlão (r. 1370–1405) derrotou os otomanos na batalha de Ancara.
Porém, tal fato não impediu que, em 2 de abril de 1453, o sultão Maomé II (r. 1451–1481) lançasse um ataque contra Constantinopla com um exército de 80 000 homens.
Apesar da defesa desesperada de última hora pelas tropas cristãs (cerca de 7 000 homens, dos quais 2 000 eram estrangeiros), Constantinopla finalmente caiu em 29 de maio de 1453 depois de dois meses de cerco.
As muralhas da cidade, poderosas e inexpugnáveis por séculos, não conseguiram deter o avanço otomano. O último imperador bizantino, Constantino XI Paleólogo (r. 1449–1453), foi visto pela última vez despojando-se de suas insígnias imperiais antes de lançar-se em combate corpo a corpo depois das muralhas da cidade terem sido tomadas.
Sucumbia o Imperador, despojado de suas insígnias, nascia o herói que defendera a cristandade no Oriente até a última gota de seu próprio sangue, defendendo um Império de quase 1500 anos!


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