Nabucodonossor foi o filho mais velho e sucessor de Nabopolassar, reinou
sobre a Babilônia de 605 a 562 a.C. Pertencente à dinastia caldeia do Reino de
Babilônia, seu pai foi o libertador deste reino da dependência Assíria, tendo
deixado Nínive em ruínas. Segundo Beroso, contraiu matrimônio com a filha de
Ciáxares, unindo assim as dinastias reinantes da Média e da Babilônia.
Durante o seu reinado o Faraó Neko II, do Egito, obteve uma grande
vitória contra os Assírios em Megido, assegurando aos vencedores as províncias
Fenícias, incluindo aí a Palestina. O que restou da Assíria foi dividida entre
Babilônia e Media.
Nabopolassar estava decidido a reconquistar de Neko II as províncias a
oeste da Síria, e para este fim determinou a seu filho que comandasse um
poderoso exército em direção às franjas do Mediterrâneo oriental.
Na Batalha de Karkemish no ano de 605 a.C., o exército egípcio foi
derrotado fazendo com que a Síria e a Fenícia (atuais Líbano e Latakia), caíssem
sob a suserania da Babilônia.
Neste mesmo ano, em 15 de agosto de 605 a.C. morre Nabopolassar e seu
filho e lider dos exércitos vencedores, Nabucodonossor II, regressa a Babilônia
para ocupar o trono que legitimamente lhe pertencia.
Vencendo logo em seguida os Cimérios e os Escitas, passou a dirigir
todas as suas expedições militares a ocidente, ainda que seu poderoso vizinho,
os medos, estivessem se fortalecendo a norte de seu império. Tal decisão e tranquilidade
estava determinada pelo seu matrimônio com Amuhia, filha do rei dos Medas, o
que assegurou a paz entre os dois poderosos impérios e a divisão do mundo em
esferas de interesses que não conflitassem.
Nabucodonossor levou a cabo muitas campanhas sobre a Síria e Judá, tendo
inclusive tentado invadir o Egito em 601 a.C., onde enfrentou grandes
dificuldades, principalmente pelas rebeliões que espocaram no leste de seus
domínios e na sua retaguarda, principalmente em Judá.
Nabucodonossor de maneira severa deu cabo às rebeliões regionais,
capturando Jerusalém após um cerco que começou em 15 de janeiro de 588 a.C., e
que mesmo após a sua ocupação em 587 a.C. só veio a ser concluído
definitivamente em 23 de julho de 586.
O cerco começa no reinado de Zedequias sobre Judá, e em 587 é o rei
Jeconías que será levado a Babilônia. Quando o Faraó Apries tentou uma nova
invasão da Palestina, Judá e outros estados da região se rebelaram contra o
caldeu o que determinou o novo assédio a Jerusalém em 587/586 a.C., e este foi
finalizado pela destruição do Templo e de boa parte da cidade pelas forças de
Nabucodonossor, além da deportação de grande parte de sua população para a
Babilônia, dando início ao exílio dos judeus.
Tais feitos estão descritos no Antigo Testamento em Reis, Jeremias e
Crônicas, sendo que depois da destruição de Jerusalém, Nabucodonossor manteve
um longo assédio sobre Tiro (585 a 572 a.C.) que terminou com um compromisso em
que a cidade aceitava definitivamente a autoridade do Reino de Babilônia.
Tendo conquistado e pacificado a Síria e a Palestina, Nabucodonossor se
dedicou em todo o resto de seu reinado a embelezar Babilônia e atormentar os
egípcios.
Nabucodonossor sempre foi extremamente moderado com Jerusalém,
perdoando-a muitas vezes das repetidas traições e rebeldias, mas foi finalmente
destruída tão somente quando foi uma necessidade política, porque os príncipes
rebeldes, liderados por Sedequias, foi extremamente torpe em seus golpes contra
o babilônio, que nunca demonstrou qualquer traço de crueldade gratuita, antes sempre demonstrou
moderação e respeito pelos judeus.
Tanto é assim, que após a destruição da cidade em 586 a.C. mostrou
imensa consideração por Jeremias, deixando-o livre e permitindo que este
acompanhasse os exilados a Babilônia, nomeando ainda um amigo do profeta,
Godolías, como governador do que restou da cidade, libertando aqueles que
tinham ascendência nobre, tendo alguns chegado a altos cargos na corte da
Babilônia no seu reinado, e cabe notar que Baruc pensou que era um dever exortar
seus companheiros de fé para que tivessem o maior bem-estar em Babilônia,
orando assim pelo seu rei e pelo seu novo país.
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