quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

15 de janeiro de 588 - Primeiro assédio de Jerusalém por Nabucodonossor II







Nabucodonossor foi o filho mais velho e sucessor de Nabopolassar, reinou sobre a Babilônia de 605 a 562 a.C. Pertencente à dinastia caldeia do Reino de Babilônia, seu pai foi o libertador deste reino da dependência Assíria, tendo deixado Nínive em ruínas. Segundo Beroso, contraiu matrimônio com a filha de Ciáxares, unindo assim as dinastias reinantes da Média e da Babilônia.
Durante o seu reinado o Faraó Neko II, do Egito, obteve uma grande vitória contra os Assírios em Megido, assegurando aos vencedores as províncias Fenícias, incluindo aí a Palestina. O que restou da Assíria foi dividida entre Babilônia e Media.
Nabopolassar estava decidido a reconquistar de Neko II as províncias a oeste da Síria, e para este fim determinou a seu filho que comandasse um poderoso exército em direção às franjas do Mediterrâneo oriental.
Na Batalha de Karkemish no ano de 605 a.C., o exército egípcio foi derrotado fazendo com que a Síria e a Fenícia (atuais Líbano e Latakia), caíssem sob a suserania da Babilônia.


Neste mesmo ano, em 15 de agosto de 605 a.C. morre Nabopolassar e seu filho e lider dos exércitos vencedores, Nabucodonossor II, regressa a Babilônia para ocupar o trono que legitimamente lhe pertencia.
Vencendo logo em seguida os Cimérios e os Escitas, passou a dirigir todas as suas expedições militares a ocidente, ainda que seu poderoso vizinho, os medos, estivessem se fortalecendo a norte de seu império. Tal decisão e tranquilidade estava determinada pelo seu matrimônio com Amuhia, filha do rei dos Medas, o que assegurou a paz entre os dois poderosos impérios e a divisão do mundo em esferas de interesses que não conflitassem.
Nabucodonossor levou a cabo muitas campanhas sobre a Síria e Judá, tendo inclusive tentado invadir o Egito em 601 a.C., onde enfrentou grandes dificuldades, principalmente pelas rebeliões que espocaram no leste de seus domínios e na sua retaguarda, principalmente em Judá.
Nabucodonossor de maneira severa deu cabo às rebeliões regionais, capturando Jerusalém após um cerco que começou em 15 de janeiro de 588 a.C., e que mesmo após a sua ocupação em 587 a.C. só veio a ser concluído definitivamente em 23 de julho de 586.


O cerco começa no reinado de Zedequias sobre Judá, e em 587 é o rei Jeconías que será levado a Babilônia. Quando o Faraó Apries tentou uma nova invasão da Palestina, Judá e outros estados da região se rebelaram contra o caldeu o que determinou o novo assédio a Jerusalém em 587/586 a.C., e este foi finalizado pela destruição do Templo e de boa parte da cidade pelas forças de Nabucodonossor, além da deportação de grande parte de sua população para a Babilônia, dando início ao exílio dos judeus.
Tais feitos estão descritos no Antigo Testamento em Reis, Jeremias e Crônicas, sendo que depois da destruição de Jerusalém, Nabucodonossor manteve um longo assédio sobre Tiro (585 a 572 a.C.) que terminou com um compromisso em que a cidade aceitava definitivamente a autoridade do Reino de Babilônia.
Tendo conquistado e pacificado a Síria e a Palestina, Nabucodonossor se dedicou em todo o resto de seu reinado a embelezar Babilônia e atormentar os egípcios.
Nabucodonossor sempre foi extremamente moderado com Jerusalém, perdoando-a muitas vezes das repetidas traições e rebeldias, mas foi finalmente destruída tão somente quando foi uma necessidade política, porque os príncipes rebeldes, liderados por Sedequias, foi extremamente torpe em seus golpes contra o babilônio, que nunca demonstrou qualquer traço de  crueldade gratuita, antes sempre demonstrou moderação e respeito pelos judeus.
Tanto é assim, que após a destruição da cidade em 586 a.C. mostrou imensa consideração por Jeremias, deixando-o livre e permitindo que este acompanhasse os exilados a Babilônia, nomeando ainda um amigo do profeta, Godolías, como governador do que restou da cidade, libertando aqueles que tinham ascendência nobre, tendo alguns chegado a altos cargos na corte da Babilônia no seu reinado, e cabe notar que Baruc pensou que era um dever exortar seus companheiros de fé para que tivessem o maior bem-estar em Babilônia, orando assim pelo seu rei e pelo seu novo país.


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