quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

28 de janeiro de 1077 - Henrique IV é perdoado em Canossa






Durante toda a Idade Média a disputa do poder secular e do poder religioso, foi um dos pontos fundamentais das disputas políticas entre Reis, Imperadores e Papas.
O Sacro Império Romano Germânico, herdeiro da tradição imperial romana, refundada por Carlos Magno no natal de 800, dividiu a Itália em Guelfos e Gibelinos.
Em 1072, o Imperador Henrique IV fez valer seu direito real ao decidir a eleição episcopal na diocese de Milão, desobedecendo a proibição do pontífice, Gregório VII um dos maiores Papas da história da Igreja que havia reiterado a proibição da investidura laical e ameaçou o Imperador com a excomunhão.
O Imperador alemão, porém, não deu atenção à admoestação a ele dirigida pelo Papa. Gregório reagiu imediatamente, excomungando Henrique IV e desobrigando os súditos do rei do juramento de fidelidade, o que na Idade Média equivalia a desobrigar todos os súditos de seus deveres, e assim, uma resistência civil generalizada. 


Com a excomunhão a realidade política se tornava gravemente ruim para a própria autoridade política de Henrique IV. Chega-se, assim, ao célebre acontecimento de Canossa. Como escreve o historiador August Franzen:

No inverno de 1076/1077, Henrique iniciou seu caminho penitencial em direção a Canossa. Acompanhado pela mulher e pelo filhinho, com um pequeno séquito, atravessou os Alpes, em meio a grandes perigos. Nesse entretempo, também o Papa partiu de Roma para ir à Alemanha. GregórioVII  alojara-se-ia pouco tempo depois  no castelo fortificado da marquesa Matilde da Toscana, quando Henrique chegou a Canossa, na encosta setentrional dos Apeninos. Vestido com a túnica dos penitentes, o rei esperou durante três dias diante da porta do castelo antes de obter permissão para entrar (26-28 janeiro de 1077). Graças à intercessão de seu padrinho, o abade Hugo de Cluny, e da marquesa Matilde de Canossa, pode finalmente receber a absolvição de Gregório.


Gregório sairia da luta mais forte que nunca, e não podemos esquecer que ele foi o promulgador do Dictatus Papae, monumento político e religioso do século XI.
Porém, em março de 1080, Henrique IV, reincidente, foi excomungado e destituído pela segunda vez: sua reação foi, então, violenta colocando Roma em estado de sítio.
Gregório VII refugiou-se junto ao normando Roberto, o Guiscardo, (1015-1085), na Itália meridional, morrendo depois em Salerno, em 25 de maio de 1085.

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