Durante
toda a Idade Média a disputa do poder secular e do poder religioso, foi um dos
pontos fundamentais das disputas políticas entre Reis, Imperadores e Papas.
O
Sacro Império Romano Germânico, herdeiro da tradição imperial romana, refundada
por Carlos Magno no natal de 800, dividiu a Itália em Guelfos e Gibelinos.
Em
1072, o Imperador Henrique IV fez valer seu direito real ao decidir a eleição
episcopal na diocese de Milão, desobedecendo a proibição do pontífice, Gregório
VII um dos maiores Papas da história da Igreja que havia reiterado a proibição
da investidura laical e ameaçou o Imperador com a excomunhão.
O
Imperador alemão, porém, não deu atenção à admoestação a ele dirigida pelo
Papa. Gregório reagiu imediatamente, excomungando Henrique IV e desobrigando os
súditos do rei do juramento de fidelidade, o que na Idade Média equivalia a
desobrigar todos os súditos de seus deveres, e assim, uma resistência civil
generalizada.
Com a
excomunhão a realidade política se tornava gravemente ruim para a própria
autoridade política de Henrique IV. Chega-se, assim, ao célebre acontecimento
de Canossa. Como escreve o historiador August Franzen:
No inverno de 1076/1077, Henrique iniciou
seu caminho penitencial em direção a Canossa. Acompanhado pela mulher e pelo
filhinho, com um pequeno séquito, atravessou os Alpes, em meio a grandes
perigos. Nesse entretempo, também o Papa partiu de Roma para ir à Alemanha.
GregórioVII alojara-se-ia pouco tempo
depois no castelo fortificado da
marquesa Matilde da Toscana, quando Henrique chegou a Canossa, na encosta
setentrional dos Apeninos. Vestido com a túnica dos penitentes, o rei esperou
durante três dias diante da porta do castelo antes de obter permissão para
entrar (26-28 janeiro de 1077). Graças à intercessão de seu padrinho, o abade
Hugo de Cluny, e da marquesa Matilde de Canossa, pode finalmente receber a
absolvição de Gregório.
Gregório
sairia da luta mais forte que nunca, e não podemos esquecer que ele foi o
promulgador do Dictatus Papae,
monumento político e religioso do século XI.
Porém,
em março de 1080, Henrique IV, reincidente, foi excomungado e destituído pela
segunda vez: sua reação foi, então, violenta colocando Roma em estado de sítio.
Gregório
VII refugiou-se junto ao normando Roberto, o Guiscardo, (1015-1085), na Itália
meridional, morrendo depois em Salerno, em 25 de maio de 1085.
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