segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

14 de janeiro de 1914 - 100 anos da Linha de Montagem do Ford Modelo T






Há 100 anos Henry Ford lançou a moderna linha de montagem em sua fábrica em Highland Park, nas proximidades de Detroit, com a qual provocou uma transformação radical da produção de automóveis, de bens de consumo e da sociedade norte-americana.
Reduziu drasticamente o custo de produção com partes padronizadas e um montagem mais eficiente, a Ford conseguiu levar o luxo, a comodidade e a liberdade do automóvel às massas, tornando a Economia Norte-Americana o que é até hoje.
Outras indústrias logo adotaram esta inovação e atualmente, tudo, de cereais a caixões, é feito em linhas de montagem.
A linha de montagem na histórica fábrica, conhecida como Palácio de Cristal, reduziu o tempo necessário para montar um modelo Ford Modelo T, de 12,5 horas a apenas 93 minutos.
A concepção dos economistas e empresários americanos era que: "Cada vez que se aumenta a produtividade do trabalho, coisas tremendamente valiosas podem acontecer na economia".
Ora, maior produtividade significa mais lucro, que chegava aos trabalhadores por meio de salários mais altos, mesmo que no Brasil se procure muito imposto, preços muito altos e pouca produção, o que sempre mantém os trabalhadores e a economia reféns.
Lá os trabalhadores tinham assim mais dinheiro para comprar produtos, criando o que os economistas chamam de ciclo virtuoso de crescimento. No Brasil isto não acontece, porque entre impostos diretos e indiretos um automóvel tem mais de 52% de seu preço composto por impostos, taxas e contribuições, que sustentam as bolsas famílias, e retiram do trabalhador a capacidade de renda, numa apropriação da mais valia pelos estamentos políticos, na tentativa de perpetuação do poder.
A linha de montagem também mudou a forma de trabalhar e de viver, acelerando a transição das zonas rurais às cidades e aumentando o número de pessoas que realizam trabalhos repetitivos e pouco qualificados. A partir do dia de hoje, há cem anos, passou a fazer de 100 a 1.000 Ford T em um dia
Embora o trabalho organizado por partes já existisse há algum tempo e a linha de montagem em movimento tivesse transformado a indústria embaladora de carne em Chicago e Cincinnati (norte dos EUA), foi a Ford que a adaptou para produções complexas.
"Henry Ford dizia que se pudesse economizar a cada um de seus trabalhadores 50 passos diários, poderia economizar milhares no final do ano", disse Bob Kreipke, historiador corporativo da Ford.
Ao padronizar os veículos, Ford já havia reduzido os custos, mas esses ainda eram muito altos e o volume de produção muito baixo para a "grande multidão" a qual pretendia atingir.
Tudo isso mudou com a linha de montagem que ele pôs em funcionamento em Highland Park. Mudanças que foram satirizadas por Charles Chaplin em seu filme "Tempos modernos".


Em 1914, 13.000 trabalhadores da Ford fabricaram cerca de 300.000 veículos, mais que suas quase 300 competidoras conseguiram fazer com 66.350 funcionários.
Apesar dos maiores custos trabalhistas, a eficiência do sistema permitiu a Ford reduzir o preço de seu Modelo T dos US$ 850 dólares iniciais a US$ 260.
"Se Henry Ford viajasse em uma máquina do tempo, ficaria muito orgulhoso da força de trabalho aqui e do que fizemos com o processo de fabricação", disse David Torosian, gerente da fábrica da Ford, mas se viesse ao Brasil, entenderia porque ainda somos pobres, aqui fabricamos impostos e miséria.
A Presidente Dilma disse recentemente que o Bolsa Família é o maior programa do mundo de transferência de renda e de resgate da miséria, e por isso, aumentou o número de famílias assistidas pelo programa de 11,5 para 16 milhões. Mas como sou bobo, pergunto, se o programa é tão bom, porque aumentaram o número de miseráveis necessitados do programa e não diminuiu o seu número? Ora, não consigo entender, se é tão bom, porque há necessidade de ampliação e não se comemora sua progressiva extinção?

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