sábado, 4 de janeiro de 2014

5 de janeiro de 1757 - Atentado à vida de Luis XV em Versailles






Em 5 de janeiro de 1757 Robert François Damiens tentou matar o Rei de França, Luis XV. Este súdito foi inicialmente soldado, e não tendo as qualidades necessárias para continuar a servir nas tropas reais, foi dispensado e entrou como auxiliar de serviços gerais no colégio jesuíta de Paris, de onde foi expulso por má conduta e ficou conhecido como Robert le diable.
Serviu ainda como doméstico na casa de muitos dos conselheiros reais do Parlamento de Paris, órgão judicante da monarquia francesa, e entre eles daqueles que mais reprovavam a conduta do rei, o que poderia justificar sua tresloucada tentativa de assassinar o Rei.
Robert era corpulento, de baixa estatura e moreno, nariz aquilino e marcas de varíola. 


Abandonou sua mulher e filha, passando muito tempo no Palácio da Justiça procurando inteirar-se das últimas notícias, e fomentando intrigas entre os magistrados, a quem alimentava de aleivosias.
Por essa época os conflitos entre o Parlamento e o poder Real estavam começando, e assim Damiens escutava as muitas recriminações que se faziam contra o Rei e o Cardeal Dubois, ministro deste. De comportamento explosivo e irritável, decidiu que as coisas não poderiam permanecer assim e que o Rei deveria ser eliminado por seus malfeitos.
Desta forma, numa quarta-feira, a 5 de janeiro de 1757, quando a Corte se encontrava no Trianon, Luís XV visitava sua filha, Madame Victoire, que se encontrava acamada em Versailles, e quando voltava para a carruagem que o traria de novo ao palácio, Damiens, que tapou o rosto com um grande chapéu, irrompeu pela guarda pessoal, correu até o Rei e lhe feriu.
Luis XV inicialmente acreditou que apenas tinha recebido um soco, mas de imediato viu que sangrava em seu flanco, reagindo então a guarda pessoal, correu para Damiens e o Rei então clamou:

"Prendam-no, mas não o matem!"

O Rei foi imediatamente levado aos seus aposentos e foi atendido por um cirurgião que se encontrava em Versailles.
A arma empregada no atentado foi uma navalha de duplo fio que se encontrava no bolso de Damiens, medindo cerca de 8 centímetros. A ferida foi causada entre a quarta e a quinta costelas do lado direito do Rei. Com as vestimentas reais e suas capas, necessárias porque o inverno era rigoroso, amortizaram a penetração da arma.
Martinière, o primeiro cirurgião, examinou a ferida, constando que nenhum órgão importante fora afetado. Em consequência se tratava de uma ferida simples e que não preocupava, a não ser que a arma estivesse envenenada antecipadamente.
Damiens foi submetido a duro interrogatório, negando qualquer conluio com outras pessoas e por fim garantindo que a arma com a qual atacara o Rei não fora envenenada.
Quando Damiens foi levado à prisão pela guarda, gritou para que se prendesse o Delfim, com o fim de distorcer os fatos e distrair a atenção. Obviamente se pensou na existência de cumplices ou até de uma conspiração.
O guarda do Selo, Machaut d'Arnouville, chegou a Versailles pouco tempo depois e ordenou a tortura de Damiens.
Foram-lhe aplicados aos pés, pinças incandescentes que queimaram seus tendões de Aquiles, porém nada lhe foi tirado. No dia seguinte foi levado ao cárcere para responder ao processo de lesa-majestade, a que foi regularmente submetido, tendo sido esquartejado, mas este é um outro fato!


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