sábado, 25 de janeiro de 2014

25 de janeiro de 1554 - Fundação de São Paulo de Piratininga







Neste dia, há 460 anos, a povoação de São Paulo de Piratininga surgiu com a construção de um colégio jesuíta por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto de uma colina escarpada, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí.
Conceber que um país minúsculo, na beira do Atlântico, movido pela fé, conseguiu que um punhado de homens, crentes em suas convicções, viessem aos confins de um novo constinente inóspito e desconhecido, para dar início à construção de uma nova civilização, é realmente motivo de comemoração.
Neste colégio, que inicialmente funcionava num barracão feito de taipa de pilão, desenvolveram por finalidade, a catequese dos índios que viviam na região do Planalto de Piratininga, separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos índios de "Serra de Paranapiacaba".
A escolha do nome São Paulo se deu porque o dia da fundação do colégio foi no 25 de janeiro, mesmo dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme disse o padre José de Anchieta em carta à Companhia de Jesus:



"A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa."
José de Anchieta

O efetivo povoamento da região conhecida como Pátio do Colégio teve início em 1560, quando, da visita de Mem de Sá, governador-geral do Brasil, à Capitania de São Vicente. Este então ordenou a transferência da população da Vila de Santo André da Borda do Campo, que fora criada por Tomé de Sousa em 1553, para os arredores do colégio, denominado "Colégio de São Paulo de Piratininga", porque local alto e mais adequado (uma colina escarpada vizinha a uma grande várzea, a Várzea do Carmo, por um lado e, pelo outro lado, por outra baixada, o Vale do Anhangabaú), para melhor se proteger dos ataques dos índios.
Desta forma, em 1560, a Vila de Santo André da Borda do Campo foi transferida para a região do Pátio do Colégio de São Paulo e passou a se denominar Vila de São Paulo, pertencente à Capitania de São Vicente.
São Paulo permaneceu durante os dois séculos seguintes, como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da colônia e do litoral e teve de se manter por meio de lavouras de subsistência.
São Paulo foi, por muito tempo, a única vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo se dava principalmente porque era dificílimo subir a Serra do Mar a pé da Vila de Santos ou da Vila de São Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta.
Mem de Sá, quando de sua visita à Capitania de São Vicente, proibira o uso do "Caminho do Piraiquê" (hoje Piaçaguera), por serem, nele, frequentes os ataques dos índios.
Em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, transferiu a capital da Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que passou a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital foi instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos, o primeiro passo, que levaria à caminhada de construção de uma das mais pujantes e maiores cidades do mundo.

 Brasão de armas da casa de Castro - Condes de Monsanto e Marqueses de Cascais

E ainda há quem faça piada dos portugueses, e que não reconheça a devoção e determinação de homens como José de Anchieta e Manoel da Nobrega, bem como a visão e pressentimento da grandeça do arraial, que se encontrava na determinação do nobre Marquês de Cascais.

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