O Tratado de Versailles, assim denominado, por ter sido resultado de
várias conferências de paz simultâneas entre as potências vencedoras e vencidas
na Grande Guerra de 1914-1918, e que teve sítio na cidade de Versailles, é uma
das peças político-diplomáticas mais inábeis da história da humanidade.
O local para a humilhação da delegação alemã, foi o salão dos Espelhos,
o esplendoroso palco do grande Rei Luis XIV, que servira apenas 48 anos antes
para a aclamação de Guilherme I, como primeiro Imperador da Alemanha, após a
vitoria dessa na Guerra Franco-Prussiana, derrota esta, sofrida pelos
franceses, pela incapacidade e pela lamentável figura do imperador Napoleão
III.
Este foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que após a
sua ratificação formal encerrou oficialmente a Grande Guerra. Após seis meses
de negociações, em Paris e Versailles, o tratado foi assinado como uma
continuação do armistício de 11 de novembro de 1918, em Compiègne, que tinha
posto um fim aos confrontos militares. Porém, é preciso assinalar que, os
alemães nunca foram chamados à mesa de negociação, foram mantidos em bloqueio
naval até setembro de 1919, chantageados até assinarem o tratado, resultando na
morte de milhões de alemães por inanição e falta de medicamentos, quando já não
havia guerra, batalhas ou exércitos marchando
O principal aspecto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse
todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos
231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente que
não foram determinadas pelo tratado e que foram deixadas ao arbítrio exclusivo
dos aliados, sem a participação da Alemanha, contando ainda que seus aliados, o
Império Austro-Húngaro e o Império Otomano, sequer existiam mais.
Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma grande parte de
seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias
oceânicas e do continente africano, perda da soberania sobre os seus rios mais
importantes que foram internacionalizados, perda de mais de 50% de suas
reservas de energia e carboníferas, além da indústria especializada do norte da
Silésia e Prússia Ocidental, além da restrição ao tamanho do exército, que
ficava reduzido a apenas 100.000 homens e uma indenização pelos prejuízos
causados durante a guerra.
A República de Weimar, assim denominada, porque foi nesta cidade que se
reuniu a Assembleia Nacional Constituinte para escrever a constituição da República
Alemã, também aceitou reconhecer a independência da Áustria, bem como a vedação
de reunir essa à Alemanha, em clara afronta aos 14 pontos de Wilson.
O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado em 28
de Junho de 1919. O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de
Janeiro de 1920.
Para a Alemanha o tratado, como a derrota, causaram comoção e humilhação
na população, o que contribuiu para a queda da cambaleante e fraca República de
Weimar em 1933 (moribunda desde os decretos presidenciais de Hindemburg em
1931-1932) e a ascensão do Nazismo, como resposta às posturas absolutamente
nada políticas de Clemenceau e Lloyd George..
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