sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

31 de janeiro de 1956 – Juscelino Kubitchek, médico mineiro, presidente do Brasil







Às 15h do dia 31 realizou-se a cerimônia de posse do presidente Juscelino Kubitschek e do vice, João Goulart, no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro. Logo após a solenidade, o presidente eleito seguiu com João Goulart para o Palácio do Catete, desfilando em carro aberto, para o ato de transmissão do cargo. Os dois foram recebidos por uma multidão de pessoas que saudavam o novo governante ao som de uma banda militar. Após ouvirem o Hino Nacional, Juscelino e Jango encaminharam-se para o salão nobre do Palácio, onde Juscelino recebeu do presidente em exercicio Nereu Ramos a faixa presidencial, símbolo do mais alto posto do Poder Executivo da República.



“Prometo manter, defender e cumprir a Constituição da República, observar suas leis, promover o bem geral do Brasil, sustentar-lhe a união, a integridade e a independência”,
declarou Juscelino ao tomar posse.

Na manhã do dia seguinte, JK encontrou-se com os ministros para a primeira reunião oficial enquanto Presidente. “Na primeira reunião ministerial do presidente Juscelino, foi feita uma análise ampla da situação econômica e financeira do país, tendo ele realçado a gravidade da crise financeira e exposto as linhas mestras do plano do Governo que viria a superar o desequilíbrio atual”, dizia a nota divulgada pela assessoria do presidente. Após a exposição de Juscelino, todos os novos Ministros de Estado se pronunciaram mencionando os problemas de suas respectivas áreas. Manifestaram-se no sentido de que o programa de governo deveria manter uma unidade de ação, concordando todos com as palavras proferidas pelo Presidente da República.


Já na sua primeira reunião, JK estabeleceu as metas de desenvolvimento do seu plano de governo para o quinquênio 1956-1961, as quais foram anunciadas ainda na sua campanha eleitoral. Ele afirmou ainda que as mesmas estariam sujeitas a revisão durante o primeiro ano de seu governo. Os setores que sofreriam mudanças radicais a fim de acelerar o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil seriam os de Energia, Transportes e Comunicações, Alimentação e Indústria de Base.


Eleito pelo voto popular em 1955, o candidato da aliança PSD-PTB governou o Brasil até o fim de seu mandato, em 31 de janeiro de 1961. O seu governo foi baseado no desenvolvimento econômico acelerado, e teve por lema “Cinquenta anos em cinco”. O ponto culminante do goveno JK foi a construção da nova capital, Brasília, projeto previsto em três constituições brasileiras, cujo objetivo era de integrar todas as regiões do país, gerar empregos e promover o desenvolvimento do interior do Brasil.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

30 de janeiro de 1649 - Regicídio de Carlos I, Rei de Inglaterra






Apenas poucas décadas depois do reinado da grande Elizabeth I, que trouxe a pujança e proeminência de Albion no cenário ocidental, vemos a Inglaterra passar por sobressaltos políticos, determinados pela avidez da aristocracia enfeixar, sem a intermediação do Rei o poder político. Tal fato que ocorrerá na França no final do século XVIII, e que é antecipado ao XVII na Inglaterra, levam a duas sangrentas revoluções, que mudam tudo, para que tudo permaneça como estava.
A vitória na Segunda Guerra Civil não foi misericordiosa para os vencidos, já que os vencedores eram pouco tolerantes e também, paranoicos.
Quando da rendição de Colchester, Sir Charles Lucas e Sir George Lisle foram mortos. Laugharne, Poyer e Powel foram sentenciados a morte, mas apenas Poyer foi executado em 25 de Abril de 1649, sendo a vítima selecionada de acordo com o destino.
Dos cinco proeminentes pariatos dos Realistas que haviam caído nas mãos dos Parlamentares três, o Duque de Hamilton, o Conde da Holanda e o Barão de Capell, um dos prisioneiros de Colchester foram guilhotinados em Westminster em 9 de Março.
Depois de longas hesitações, mesmo depois da renovação das negociações, o Exército e os Independentes conduziram a “Purga do Orgulho” da casa removendo todas os mal-desejados, e criando uma corte para julgamento e condenação do Rei Carlos I.


Ao término do julgamento os juízes declararam Carlos I culpado por alta traição, como um “tirano, traidor, assassino e inimigo público ".
Ele foi decapitado em frente a Banqueting House no Palácio de Whitehall em 30 de Janeiro de 1649.
Depois da restauração em 1660 os regicidas que ainda estavam vivos e não estavam vivendo no exílio foram executados ou sentenciados a prisão.
Um momento de honra se deu com o cerco ao castelo de Pontefract, que  foi considerado pelo usurpador e regicida Oliver Cromwell como "[...] uma das mais fortes guarnição militares no reino ".
Sua ruína foi resistir ao norte ao lado dos Realistas. Após a execução de Carlos I a guarnição reconheceu Carlos II como Rei e se recusou a render-se.
Foi a última fortificação Realista a se render e foi finalmente tomada em 24 de Março de 1649. O Parlamento ordenou que o remanescente do castelo fosse demolido no mesmo ano, prova da sanha iconoclasta e desproposital, de vencedores despidos de legitimidade e de compaixão, apesar do discurso ensandecido de fé!

29 de janeiro de 1595 - Provável primeira apresentação da peça Romeu e Julieta







Romeu e Julieta é uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, obra do início da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra na Itália medieval.
A peça ficou entre as mais populares na época de Shakespeare e, ao lado de Hamlet, é uma das suas obras mais levadas aos palcos do mundo inteiro, bem como a que permanece viva no imaginário popular. Hoje, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo do amor juvenil.
Romeu e Julieta pertence a uma tradição de romances trágicos que remonta à antiguidade. Seu enredo é baseado em um conto da Itália, traduzido em versos como A Trágica História de Romeu e Julieta por Arthur Brooke em 1562, e retomado em prosa como Palácio do Prazer por William Painter em 1582.
William Shakespeare baseou-se em ambos, mas reforçou a ação de personagens secundários, especialmente Mercúcio e Páris, a fim de consistência dramática ao enredo. O texto foi publicado pela primeira vez em in quarto por volta de 1597, dois anos após sua primeira encenação, mas essa versão foi considerada como de péssima qualidade, o que estimulou muitas outras edições posteriores que trouxeram reverberações com o texto original shakespeariano.


A estrutura dramática usada por Shakespeare, especialmente os efeitos de gêneros como a comutação entre comédia e tragédia para aumentar a tensão; o foco em personagens mais secundários e a utilização de sub-enredos para embelezar a história, e tal recurso tem sido elogiado como um sinal precoce de sua habilidade dramática e maturidade artística.
Além disso, a peça atribui distintas formas poéticas aos personagens para mostrar que eles evoluem; Romeu, por exemplo, fica mais versado nos sonetos a medida que a trama segue.
De fato, o Romeu e Julieta tornou-se um paradigma do amor romântico no Ocidente Cristão, e guarda seu frescor e beleza, falando desde sempre ao coração dos jovens de 14 aos 90 anos, como o fez com sua primeira encenação, durante o século de ouro de Elizabeth I.

28 de janeiro de 1077 - Henrique IV é perdoado em Canossa






Durante toda a Idade Média a disputa do poder secular e do poder religioso, foi um dos pontos fundamentais das disputas políticas entre Reis, Imperadores e Papas.
O Sacro Império Romano Germânico, herdeiro da tradição imperial romana, refundada por Carlos Magno no natal de 800, dividiu a Itália em Guelfos e Gibelinos.
Em 1072, o Imperador Henrique IV fez valer seu direito real ao decidir a eleição episcopal na diocese de Milão, desobedecendo a proibição do pontífice, Gregório VII um dos maiores Papas da história da Igreja que havia reiterado a proibição da investidura laical e ameaçou o Imperador com a excomunhão.
O Imperador alemão, porém, não deu atenção à admoestação a ele dirigida pelo Papa. Gregório reagiu imediatamente, excomungando Henrique IV e desobrigando os súditos do rei do juramento de fidelidade, o que na Idade Média equivalia a desobrigar todos os súditos de seus deveres, e assim, uma resistência civil generalizada. 


Com a excomunhão a realidade política se tornava gravemente ruim para a própria autoridade política de Henrique IV. Chega-se, assim, ao célebre acontecimento de Canossa. Como escreve o historiador August Franzen:

No inverno de 1076/1077, Henrique iniciou seu caminho penitencial em direção a Canossa. Acompanhado pela mulher e pelo filhinho, com um pequeno séquito, atravessou os Alpes, em meio a grandes perigos. Nesse entretempo, também o Papa partiu de Roma para ir à Alemanha. GregórioVII  alojara-se-ia pouco tempo depois  no castelo fortificado da marquesa Matilde da Toscana, quando Henrique chegou a Canossa, na encosta setentrional dos Apeninos. Vestido com a túnica dos penitentes, o rei esperou durante três dias diante da porta do castelo antes de obter permissão para entrar (26-28 janeiro de 1077). Graças à intercessão de seu padrinho, o abade Hugo de Cluny, e da marquesa Matilde de Canossa, pode finalmente receber a absolvição de Gregório.


Gregório sairia da luta mais forte que nunca, e não podemos esquecer que ele foi o promulgador do Dictatus Papae, monumento político e religioso do século XI.
Porém, em março de 1080, Henrique IV, reincidente, foi excomungado e destituído pela segunda vez: sua reação foi, então, violenta colocando Roma em estado de sítio.
Gregório VII refugiou-se junto ao normando Roberto, o Guiscardo, (1015-1085), na Itália meridional, morrendo depois em Salerno, em 25 de maio de 1085.