Após a derrota e caída do Império Romano do Ocidente
no século V, com a deposição do último imperador em Ravena, Rômulo Augustulo em
476, o século VI marcou o renascimento do poderio militar naval romano. Em 508,
enquanto aumentava o antagonismo com o Reino Ostrogodo de Teodorico, o
imperador Anastácio I (r. 491–518) enviou uma frota de 100 navios de
guerra para atacar as costas de Itália. Em 513, o general Vitaliano revoltou-se
contra Anastácio. Tal conflito militar levou os rebeldes a reunir uma frota de
200 navios que, apesar de algumas vitórias iniciais, foi destruída pelo
almirante Marino, que usou uma substância incendiária à base de enxofre para
derrotar os navios inimigos, e que ficou conhecida como o fogo grego, arma
fundamental para a sobrevivência do império oriental até a batalha de
Matzinkert.
Em 533, tirando partido da ausência da frota vândala
que tinha sido enviada para a Sardenha para suprimir uma revolta, uma frota de
invasão de 92 dromons e 500 navios de transporte deslocou para a África
um exército de 15.000 homens comandados por Belisário, marcando assim o início
da Guerra Vândala. Esta foi a primeira das guerras de reconquista do imperador Justiniano I
(r. 527–565), o mesmo que em 27 de dezembro de 537, concluiria a Catedral de
Sancta Sophia.
Essas guerras foram, em larga medida, operações
anfíbias, tornadas possíveis devido ao controle das rotas marítimas do
Mediterrâneo, em que a marinha bizantina tinha um papel vital no transporte de
abastecimentos e reforços para as forças expedicionárias e guarnições
bizantinas amplamente dispersas. Esse fato não passou despercebido aos inimigos
dos Bizantinos. Já anteriormente, na década de 520, Teodorico tinha planejado a
construção de uma grande frota destinada a combater os Bizantinos e os
vândalos, mas a sua morte em 526 fez com que esses planos nunca chegassem a ser
completamente realizados.
Em 535, a Guerra Gótica (535–554) começou com uma
dupla ofensiva bizantina, com uma frota transportando um exército comandado por
Belisário atacando primeiro a Sicília e depois a Itália, e outro exército
invadindo a Dalmácia. O controle bizantino no mar foi de grande importância
estratégica, permitindo que o exército bizantino, numericamente inferior, lograsse
ocupar a península com a vitória sobre a guarnição de Syracusa em 31 de
dezembro de 535.
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