Com a morte em 21 de
novembro de 1916 do muito idoso Imperador Francisco José I, que governava o
estado multinacional desde os idos de 1848, assumiu o governo o Imperador Carlos
I da Áustria e IV da Hungria ou Carlos I de Habsburgo-Lorena que nasceu
no dia 17 de agosto de 1887 em Persenbeug (Baixa Áustria) e morreu no Funchal
no dia 1º de abril de 1922.
O nome de baptismo do último imperador austro-húngaro era
Karl Franz Josef Ludwig Hubert Georg Maria von Habsburg-Lothringen. Foi
o último Imperador da Áustria, Rei da Hungria e Boêmia, entre 1916 e 1918.
Ficou conhecido como Carlos I da Áustria, IV da Hungria e III da Boémia. A
Igreja Católica o designa como Beato Carlos da Áustria, Imperador.
Era o filho primogénito do arquiduque Oto Francisco da
Áustria e da Maria Josefa da Saxónia. Sucedeu seu tio avô Francisco José I.
Antes de ascender ao trono prestou serviços no exército. Converteu-se em
sucessor em 1914 após o assassinato do seu tio, o arquiduque Francisco Fernando
em Sarajevo, Bósnia, que foi o estopim da Primeira Guerra Mundial.
Foi coroado em 30 de dezembro de 1916, ou seja, há
quase 100 anos. Não podemos esquecer que em 28 de julho de 2014 teremos o
centenário do espocar da Primeira Grande Guerra. Um momento de muita reflexão
neste início de século XXI.
Sem suficiente capacidade de manobra, durante o ano de
1917, manteve à revelia da Alemanha uns polêmicos contatos com o governo
francês para tratar de alcançar a paz em separado com os aliados através de seu
cunhado, o príncipe Sixto de Bourbon-Parma, que fracassaram. Com a derrota da
Áustria-Hungria na guerra e iniciada a dissolução do império, renunciou ao
cargo de chefe de Estado em 11 de novembro de 1918 mas não aos seus direitos
como chefe da dinastia e ao trono. Partiu para o exílio na Suíça.
Em 1921, com escasso apoio político, participou em uma
conspiração para restaurar a monarquia na Hungria. Apesar desse facto, o
almirante Miklós Horthy traiu-o e conseguiu retirar-lhe o trono, expulsou-o de
seu país e converteu-se em regente de uma Hungria que se definia como
"reino com o trono vago".
O imperador Carlos morreu de pneumonia na ilha da
Madeira no ano de 1922. Seus restos ainda permanecem na ilha, na Igreja de
Nossa Senhora do Monte, com permissão dos seus herdeiros.
O Império Austro-Húngaro foi um mosaico de povos e
culturas unidos numa unidade política fruto do engenho dos Habsburgos
austríacos.
O nacionalismo surgido da Guerra dos Trinta anos, e a tentativa
de legitimação da dinastias como representação nacional, levaram à ruína dos
grandes impérios.
Como consequência tivemos as guerras intestinas da
Europa, verdadeiras guerras civis, coordenadas por Estados nacionais que
passaram a dominar tecnologias crescentemente exterminadoras, e que provocaram
a morte de milhões de seres humanos!
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