segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

11 de dezembro de 1688: Tentativa de fuga de Jaime II de Inglaterra – A Revolução Gloriosa






Após a restauração de Carlos II da Inglaterra e com a sua sucessão pelo irmão Jaime II, ambos católicos, o conflito entre anglicanos e católicos recrudesceu no país, principalmente porque os monarcas pretendiam a restauração da unidade religiosa.
O primeiro passo para acabar com a segregação dos católicos na monarquia britânica foi o estabelecimento da Declaração de Indulgência (ou Declaração pela liberdade de consciência) pelo Rei Jaime II que baixada em 4 de abril de 1687, constituia o primeiro passo para estabelecer liberdade de culto na Inglaterra. O texto da declaração foi revisado, em 27 de abril de 1688, pelo próprio Jaime, para incluir uma ampliação ao texto original.
Em função de ter ordenado que clérigos anglicanos a lessem em suas igrejas, tal ato determinou que sete bispos, incluindo o Arcebispo da Cantuária, submetessem uma petição pedindo a reconsideração das políticas religiosas reais. Em função disso, eles foram presos e julgados por difamação sediciosa.
O alarme público cresceu quando a Rainha Maria de Módena deu à luz um herdeiro católico, Jaime Francisco Eduardo, no dia 10 de junho. Enquanto suas únicas possíveis sucessoras eram suas duas filhas protestantes, Maria e Ana, os anglicanos viam suas políticas pró-católicas como um fenômeno temporário, porém o nascimento do príncipe abria a possibilidade de uma dinastia católica permanente, era necessário reconsiderar suas posições.
Para impedir a sucessão ao herdeiro nascido, um grupo de sete nobres protestantes convidaram Guilherme de Orange por carta em 30 de junho de 1688 a invadir a Inglaterra com um exército.
Ficou claro em setembro que o Príncipe de Orange pretendia invadir a Inglaterra. Jaime II, acreditando que seu próprio exército seria adequado, recusou a ajuda de Luís XIV da França, temendo que os ingleses seriam contra a assistência francesa para a manutenção do monarca no trono.
Quando Guilherme desembarcou na Inglaterra no dia 5 de novembro de 1688, muitos oficiais protestantes abandonaram as hostes do Rei Jaime II, como John Churchill, além de sua própria filha Anne e seu marido George da Dinamarca. 



O rei perdeu a coragem e não quis atacar o exército invasor, apesar de sua superioridade numérica. Jaime II tentou fugir para a França em 11 de dezembro, supostamente jogando o Grande Selo do Reino no rio Tâmisa. Ele acabou sendo capturado em Kent. Solto mais tarde e colocado sob a proteção de guardas holandeses, decidiu o príncipe de Orange, Guilherme, para que Jaime não se tornasse um mártir, permitir que ele se exilasse na França a 23 de dezembro.
Guilherme reuniu um Parlamento de Convenção no ano seguinte para decidir como lidar com a fuga de Jaime. Apesar do parlamento se recusar a depô-lo, eles declararam que o rei, tendo fugido para a França e jogado o Grande Selo no Tâmisa, tinha efetivamente abdicado e que, assim sendo, o trono estava vago.
Para preencher a vacância, Maria, a filha mais velha de Jaime, foi declarada rainha ela governaria juntamente com seu marido Guilherme, que também seria rei. O parlamento escocês declarou em 11 de abril de 1689 que Jaime havia abandonado o trono.
O parlamento inglês aprovou a Declaração de Direitos de 1689 que denunciava Jaime por seus abusos no poder. Os abusos acusados incluíam a suspensão dos Atos de Prova, a acusação contra os sete bispos por meramente peticionar a coroa, o estabelecimento de um exército permanente e a imposição de punições cruéis. A declaração também afirmou que nenhum católico poderia ascender ao trono e que nenhum monarca inglês poderia se casar com um católico.

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