Os franceses
são incorrigíveis. Pela segunda vez em 60 anos promoveram fortes ações
revolucionárias para mudar o regime, que à época era a monarquia burguesa
instaurada após a abdicação de Carlos X e de Luís XIX em 1830.
A própria
legitimidade do Rei Luís Filipe I, da dinastia de Orleans, tinha de ser buscada
no longínquo antepassado Luís XIII, e mesmo assim, passando pelo Duque Luís
Filipe II de Orleans, mais conhecido como Filipe Egalité, responsável direto
pelo regicídio de Luís XVI, na busca de trazer para o seu ramo, a Coroa de
França.
Em 22 de
fevereiro de 1848 desencadeia-se em Paris, após um banquete público da oposição
à Monarquia Burguesa, inicia-se um movimento de ruas que reúne operários da
nascente indústria francesa, artesãos e estudantes (os eternos revolucionários
hormonais), que tinham como demanda o sufrágio universal e reformas sociais
exigidas pelo líder de esquerda Louis Blanc.
O desemprego
e a estagnação econômica, bem como a paralisia do gabinete determinaram a
insatisfação popular contra o governo de Guizot, que não aplacou a ira da
população, que acostumada às badernas revolucionárias desde 1789, acabaram por
ter de ser suprimidas pela Guarda Nacional, do que resultaram 500 mortos. Estes
cadáveres desfilaram por Paris a luz de tochas, motivando a vaia recebida pelo
Rei quando passou em inspeção a Guarda Nacional no dia 23. Os soldados da
Guarda, indisciplinados, passaram para o lado do populacho, do que resultou a
queda do parlamento e da Monarquia de Julho no dia 24 de fevereiro de 1848.
Tudo isso
apenas para em 1852 a França voltar ao regime Imperial, sob Napoleão III, quando
por 18 anos, voltou à condição do despotismo iluminado, com um usurpador. Todo
processo revolucionário pressupõe, reação termidoriana, e retrocesso! Daí que,
a efêmera Segunda Republica Francesa (1848-1852) é demonstração cabal que
revolução apenas é a porta de entrada para a instalação de uma sociedade
reacionária, a curto ou a longo prazo (veja-se URSS)!
Nenhum comentário:
Postar um comentário