Nesta data, 27 de janeiro de
1343, o Papa Clemente VI que reinou sobre a Igreja Católica de 1342 a 1352,
publicou a bula Unigenitus. Neste
documento que foi utilizado por vários séculos, e que é base de parte da
tradição e do magistério da Igreja, o Papa esclarecia que o Filho unigênito de
Deus se dignou a descer do seio do Pai para o ventre de sua mãe virginal, Maria,
onde uniu a substância de nossa natureza mortal à sua divindade, numa unidade
de pessoa, fundindo numa só pessoa o que era permanente com o que era transitório.
Tal desígnio assumido, o foi a fim de poder resgatar o homem decaído e realizar
por ele a satisfação ao Deus Pai. Deus enviou a si mesmo como Filho Deus, fruto
da sabedoria, justiça, santificação e redenção (1Co 1:30),
e não pelo sangue de touros ou cabritos, mas pelo seu próprio sangue, que assim
entrou uma vez por todas no lugar santo, na alma de cada homem e mulher e assim,
obtido redenção eterna (Hb 9:12). O tesouro assim
depositado em cada filho de Deus, na carta papal, é destinado a estar não escondido
numa toalha, nem enterrado num campo, mas confiou-o a cada um dos fiéis para
ser administrado fielmente por meio do bem-aventurado Pedro, portador das
chaves do céu, e de seus sucessores como vigários na terra, para causas
convenientes e razoáveis, quer para remissão total, quer para remissão parcial
do castigo devido a pecados, quer em geral quer em particular e para ser
aplicado misericordiosamente àqueles que são verdadeiros penitentes e
confessantes, porque Deus é Caridade e Misericórdia. Neste dia de janeiro, do
século XIV, dá início a uma visão mais abrangente da função papal, que levará a
conflitos com a visão reducionista surgida nos séculos XV e XVI, de que a fé
estaria tão e simplesmente reduzida aos textos bíblicos, numa clara ruptura com
a tradição e o magistério.
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