domingo, 27 de janeiro de 2013

27 de Janeiro de 1343 - Bula Unigênitus





Nesta data, 27 de janeiro de 1343, o Papa Clemente VI que reinou sobre a Igreja Católica de 1342 a 1352, publicou a bula Unigenitus. Neste documento que foi utilizado por vários séculos, e que é base de parte da tradição e do magistério da Igreja, o Papa esclarecia que o Filho unigênito de Deus se dignou a descer do seio do Pai para o ventre de sua mãe virginal, Maria, onde uniu a substância de nossa natureza mortal à sua divindade, numa unidade de pessoa, fundindo numa só pessoa o que era permanente com o que era transitório. Tal desígnio assumido, o foi a fim de poder resgatar o homem decaído e realizar por ele a satisfação ao Deus Pai. Deus enviou a si mesmo como Filho Deus, fruto da sabedoria, justiça, santificação e redenção (1Co 1:30), e não pelo sangue de touros ou cabritos, mas pelo seu próprio sangue, que assim entrou uma vez por todas no lugar santo, na alma de cada homem e mulher e assim, obtido redenção eterna (Hb 9:12). O tesouro assim depositado em cada filho de Deus, na carta papal, é destinado a estar não escondido numa toalha, nem enterrado num campo, mas confiou-o a cada um dos fiéis para ser administrado fielmente por meio do bem-aventurado Pedro, portador das chaves do céu, e de seus sucessores como vigários na terra, para causas convenientes e razoáveis, quer para remissão total, quer para remissão parcial do castigo devido a pecados, quer em geral quer em particular e para ser aplicado misericordiosamente àqueles que são verdadeiros penitentes e confessantes, porque Deus é Caridade e Misericórdia. Neste dia de janeiro, do século XIV, dá início a uma visão mais abrangente da função papal, que levará a conflitos com a visão reducionista surgida nos séculos XV e XVI, de que a fé estaria tão e simplesmente reduzida aos textos bíblicos, numa clara ruptura com a tradição e o magistério.

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