segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

28 de Janeiro de 1871 – Armistício da Guerra Franco-Prussiana



A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), foi na esteira dos conflitos que encerram o século XIX, consequência da política européia de impedir a unificação da Alemanha, que temos a guerra Austro-Prussiana que afasta o Império Austro-Hungaro do Estado Alemão e a guerra com a França. Ao contrário do que se afirma, a Alemanha de Bismark era, do ponto de vista da legislação trabalhista e dos direitos sociais, um dos mais avançados países do mundo, e a forma do parlamentarismo alemão se assemelhava muito ao brasileiro, com um poder discricionário, mas distante e benigno do monarca. A guerra não foi provocada, como muitos afirmam, pelo Príncipe Otto von Bismarck então chanceler do Reino da Prússia, mas antes pela soberba intervencionista do Segundo Império Francês, que liderado por Napolão III, havia já intentado estrepolias por todo o mundo.
Quando do surgimento da Prússia como o principal Estado alemão e implementando crescente unificação dos Estados alemães, tal processo foi visto com apreensão por Napoleão III e seus aliados ingleses, principalmente após a vitória da Prússia na guerra Austro-Prussiana de 1866. Bismarck buscava a união nacional entre os Estados da Alemanha, projeto já alcançado pela Itália na década de 60, mas ainda negado ao povo alemão.
O pretexto imediato para a guerra se deu quando o trono da Espanha, vago com a deposição da Rainha Izabel, foi oferecido a um príncipe da casa de Hohenzollern-Sigmaringen, primo do rei da Prússia. Mais que uma reação pelo cerco da França por príncipes alemães como ocorrera com Francisco I e Carlos V, tratou-se da reafirmação da França como o poder dominante na Europa continental, e assim, Napoleão III crente numa vitória rápida, fundamentada na crença da supremacia militar e econômica francesa, em 19 de julho de 1870 declara guerra à Prússia. A França em sua política de impedir a unidade do povo alemão, foi corretamente identificada como o agressor e inimigo comum dos estados da Alemanha, que se encontravam reunidos na Confederação Alemã do Norte, enquanto os Estados católicos do Sul, inicialmente neutros, acabam por aderir ao movimento prussiano, como forma de afirmação do Volksgheist. Coube a Helmuth Karl Bernhard von Moltke conduzir as tropas alemãs à vitória em Sedan.

No lado francês, Napoleão III assumiu o comando, mas logo o entregou ao Marechal Bazaine. Bazaine tentou se unir a MacMahon, mas foi derrotado em Vionville e em Gravelotte. Em setembro, a tentativa de Napoleão III e MacMahon de salvar Bazaine terminou com mais uma derrota, em Sedan. Nestes movimentos, o imperador e 100 mil de seus homens foram capturados. Napoleão foi deposto e um governo provisório de defesa nacional foi formado com General Trochu, Léon Gambetta e Jules Favre. No dia 19 de setembro, Paris foi cercada pelos alemães.

Gambetta fugiu de Paris em um balão e começou a organizar a resistência no interior, mas a rendição do Marechal Bazaine acabou com as esperanças francesas. Paris, no entanto, continuou resistindo até 28 de janeiro de 1871, quando Adolphe Thiers, político francês assinou o armistício. Thiers foi nomeado chefe do poder executivo da França e foi prevista a eleição de uma Assembleia Nacional Francesa.

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